Pífia proposta pela Tim: 66% abaixo do mercado.

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O plano de US$ 15 bilhões elaborado por três empresas brasileiras de telefonia celular para compra e divisão de uma grande rival, a TIM Participações SA, deverá encontrar resistência da proprietária da empresa brasileira.
A TIM, segunda maior operadora de telefonia celular do Brasil, é avaliada por sua acionista controladora, a Telecom Italia SpA, em cerca de US$ 25 bilhões, ou dois terços a mais do que a Oi SA, a Telefónica SA e a Claro SA estudam pagar, segundo uma fonte com conhecimento do assunto.
A Telecom Italia continua avaliando uma possível oferta pela Oi, disse a fonte, que pediu anonimato por discutir deliberações internas.
A diferença nas avaliações significa que a Telecom Italia poderá tentar permanecer no Brasil e, em vez da venda, tentar uma combinação apenas com a Oi.
As operadoras do país estão procurando consolidar um mercado no qual há menos novos usuários e em que os investimentos de bilhões de dólares estão prejudicando as margens de lucro. Contudo, as perspectivas de crescimento no Brasil são melhores do que na Europa, o que deixa as operadoras de telecomunicações cautelosas quanto à possibilidade de sair do país por um preço baixo demais.
Considere a Vivendi SA como exemplo. O grupo de mídia francês fechou um acordo em setembro para vender sua unidade brasileira de banda larga GVT à Telefónica por cerca de US$ 9 bilhões depois que a compradora aumentou sua oferta em meio a uma guerra de propostas com a Telecom Italia.
Em dificuldades para interromper uma queda na receita em seu mercado doméstico, a Telecom Italia depende do Brasil para obter cerca de 30 por cento de sua receita. No mês passado, o presidente Marco Patuano recebeu autorização de seu conselho para explorar uma fusão entre a TIM e a Oi, a menor das quatro grandes operadores de telefonia celular do Brasil.
Negócio amigável?
Nas últimas semanas, comentários de executivos da Telecom Italia e da Oi mostraram que as empresas podem estar dispostas a negociar uma fusão no Brasil. Bayard Gontijo, CEO interino da Oi, respondendo à pergunta de se a Oi poderia se combinar com a TIM, disse no mês passado que o “objetivo é criar valor para o acionista” e que “não teria nenhum preconceito a respeito de como faremos isso”.
Patuano disse no mês passado que embora a manutenção da empresa brasileira continue sendo a opção favorita, a operadora procuraria “qualquer boa oportunidade” no país.
No dia 21 de novembro, diretores da Telecom Italia ordenaram que altos executivos da empresa examinassem “em profundidade as opções para uma possível integração” da TIM e da Oi. A Telecom Italia, que possui 67 por cento da TIM, não pediu acesso às contas financeiras da Oi, disse a fonte. A Oi tem um valor de mercado de US$ 3,9 bilhões. A operadora possui mais de US$ 18 bilhões em dívidas.
Negócio português
Nesta semana, a Oi fechou um acordo para vender seus ativos portugueses por mais de US$ 9 bilhões, recurso que a empresa pode usar para comprar parte da TIM. Com o negócio, a Oi somaria mais usuários de telefonia celular e ganharia acesso a uma infraestrutura melhor, depois de ter investido menos do que as concorrentes em sua rede.
Os recibos depositários americanos (ADRs, na sigla em inglês) da TIM subiram 19 por cento ontem depois que a Bloomberg News informou a possível proposta. Os ADRs da Oi deram um salto de 4,4 por cento e os da Telefônica Brasil SA subiram 3,1 por cento. Hoje, as ações da Telecom Italia deram um salto de 5,8 por cento em Milão e as da Telefónica tiveram um ganho de menos de 1 por cento em Madri.
O BTG compraria a TIM e depois a dividiria em três, disseram fontes com conhecimento do assunto. A Oi teria cerca de 25 por cento da TIM e a Claro — que é de propriedade da América Móvil SAB, do bilionário Carlos Slim — e a Telefónica dividiriam o restante entre si, disseram as fontes. A Telefónica se uniria à Oi e à Claro mais tarde, depois que a aquisição da GVT fosse aprovada pelos órgãos reguladores locais, disseram as fontes.
7,5 vezes
As empresas estão preparadas para oferecer cerca de 7,5 vezes o Ebitda, ou os lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização da TIM, disseram as fontes. Isso resultaria em mais de R$ 40 bilhões (US$ 15,3 bilhões), ou cerca de 40 por cento acima da avaliação da TIM, incluindo dívida, segundo dados compilados pela Bloomberg.
A Telecom Italia acredita que a TIM deveria ser avaliada em cerca de 20 bilhões de euros (US$ 25 bilhões) ou mais, incluindo dívida, disse a fonte. Representantes da Telecom Italia, da Oi, da Telefónica, da América Movil, da Claro e do BTG preferiram não comentar. A TIM disse em um comunicado que não sabe de nenhum acordo, negociação ou proposta envolvendo a empresa.
Ao anunciar a venda de seus ativos portugueses, a Oi disse, no dia 8 de dezembro, em um comunicado, que iria “manter o seu propósito de protagonizar o movimento de consolidação no mercado de telecomunicações no Brasil”.
A Telefónica, proprietária da marca Vivo no Brasil, está preparada para fazer parte de uma maior consolidação do mercado de telefonia do país, disse o diretor financeiro da empresa, Ángel Vilá, no mês passado. “Estamos em condições de participar, mas provavelmente não precisaremos ser os primeiros a tomar a iniciativa”, disse ele em uma conferência, em Barcelona.
O Banco Santander SA está assessorando a Telefónica no negócio da TIM. O banco preferiu não comentar.
O diretor financeiro da América Móvil, Carlos García Moreno, disse em uma entrevista, no dia 9 de setembro, que a operadora estava iniciando as negociações para realizar uma oferta conjunta com a Oi pela TIM.

Fonte: Exame.com

redacao

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