O que se sabe sobre estupro coletivo contra menina de 13 anos em encontro com suposto namorado
Com a repercussão do estupro coletivo cometido contra uma menina de 13 anos, durante encontro com o ‘suposto’ namorado, de 15 anos, o g1 reuniu o que se sabe sobre o crime. O caso aconteceu em julho deste ano, em Praia Grande, no litoral de São Paulo.
Um homem de 18 anos já foi preso e a Polícia Civil trabalha na identificação de outros sete suspeitos, sendo seis deles menores.
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Entenda o que se sabe sobre o caso a partir dos seguintes pontos:
Desaparecimento
O crime
Crime filmado
Prisões e suspeitos identificados
O que diz a delegada?
O que diz a SSP-SP?
1. Desaparecimento
Antes da família descobrir sobre o crime, por meio da mãe de uma colega, a adolescente permaneceu dois dias sem dar notícias e o desaparecimento foi levado à polícia.
A delegada Lyvia Cristina Bonella, da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Praia Grande, contou que o ‘suposto’ namorado com quem a menina se relacionava enviou um mototáxi para buscá-la e levá-la à Vila Sônia, onde o crime ocorreu em julho.
2. O crime
Durante o período em que ficou desaparecida, a adolescente foi estuprada por pelo menos 10 homens em três locais diferentes. Ao retornar para casa, a menina não contou sobre o ocorrido aos pais, que descobriram sobre o crime por meio da mãe de uma colega.
“Tinha um rapaz com quem ela tinha, ou achava que tinha, um relacionamento, também menor de idade. Esse rapaz marcou um encontro com ela para ficarem juntos em uma casa emprestada. Só que, quando ela chegou, não tinha só esse rapaz”, disse a delegada.
“Tinha um rapaz com quem ela tinha, ou achava que tinha, um relacionamento, também menor de idade. Esse rapaz marcou um encontro com ela para ficarem juntos em uma casa emprestada. Só que, quando ela chegou, não tinha só esse rapaz”, disse a delegada.
A menor relatou à polícia que o ‘suposto’ namorado queria que ela fizesse sexo com ele e outro rapaz. A delegada Lyvia contou que a adolescente afirmou ter mantido relação com um deles, ingerido bebida alcoólica e, depois, segundo a vítima, outros meninos apareceram e a levaram para outra casa, onde contou ter sido estuprada por oito pessoas.
O grupo e a adolescente ainda se mudaram para outro imóvel, onde ela teria sido abusada por três pessoas. A delegada não tem precisão de quantos estariam envolvidos no estupro, mas estima entre 10 e12 pessoas.
“Ela havia ingerido bastante bebida alcoólica. Tenho o relato da escuta especializada, que eu também não posso falar muito, [mas] ela confirma as violações que sofreu. Era a única menina no local em um grupo de meninos”, disse Lyvia.
“Ela havia ingerido bastante bebida alcoólica. Tenho o relato da escuta especializada, que eu também não posso falar muito, [mas] ela confirma as violações que sofreu. Era a única menina no local em um grupo de meninos”, disse Lyvia.
3. Crime filmado
A testemunha que contou sobre o estupro aos pais da vítima descobriu a situação ao assistir um vídeo da adolescente sendo violentada. “Foi filmado, mas não dá para ver o rosto dos agressores”. As imagens permitiram à polícia, inicialmente, identificar cinco dos envolvidos.
De acordo com a delegada, quatro dos identificados são menores de idade e o outro é maior e tem 18 anos. “Ele foi preso temporariamente para que a gente consiga investigar”. Em relação aos demais, a polícia encaminhou um procedimento ao Ministério Público (MP) por tratar-se de ato infracional.
Durante a prisão, o criminoso não quis prestar depoimento. “Consegui identificá-lo porque ela mantinha conversa com eles pelo Instagram e os pais autorizaram que eu verificasse. [O celular] inclusive foi para perícia para ver se descobrem mais alguma coisa”, disse a delegada.
4. Prisões e suspeitos identificados
Além do homem de 18 anos, preso temporariamente no 5° Distrito Policial (DP) de Santos, e dos quatro menores identificados nas imagens, a Polícia Civil identificou outros três suspeitos após ter acesso a novo vídeo do crime.
Destes, dois são adolescentes, um de 15 anos e o outro de 16. O outro suspeito ainda não se apresentou na DDM da cidade.
Conforme apurado pelo g1, as novas imagens obtidas pela polícia teriam sido gravadas no terceiro local em que a vítima foi levada e estuprada. Isso deve auxiliar a investigação, também, na identificação do endereço.
5. O que diz a delegada?
O estupro coletivo da menina de 13 anos ocorreu durante um encontro marcado por ela com o ‘suposto’ namorado por meio de uma rede social. Dessa forma, a delegada alerta sobre a importância de pais e responsáveis fiscalizarem os celulares dos filhos.
Segundo a delegada, é importante que pais e responsáveis fiscalizem os celulares de crianças e adolescentes e tomem conhecimento das pessoas com quem eles estão interagindo.
“Não deixe o adolescente muito tempo sozinho com o celular. Restrinjam também o uso do aparelho, o uso de certos aplicativos”. A delegada Lyvia entende ser muito difícil impedir a utilização dos celulares, mas reforçou: “A fiscalização e restrição, acho essencial”.
Além de vigiar as redes sociais dos filhos, a delegada recomendou que os pais prestem atenção na rotina dos menores. “Prestar atenção em alguma mudança de comportamento, saber com quem esse adolescente convive, que tipo de amizades tem, estar presente na vida dele”.
Segundo ela, o crime sofrido pela adolescente se encaixa como estupro coletivo e estupro de vulnerável porque, aos 13 anos, ela não tem capacidade de consentir o ato sexual. A delegada explicou que, mesmo que a menor quisesse manter relação sexual, isso seria considerado crime.
“Quando ela se viu naquele local com vários rapazes, ela não tinha condições de esboçar nenhuma reação ou fuga pela desproporcionalidade numérica. Então, por si só, já seria um estupro de vulnerável”, disse.
“Quando ela se viu naquele local com vários rapazes, ela não tinha condições de esboçar nenhuma reação ou fuga pela desproporcionalidade numérica. Então, por si só, já seria um estupro de vulnerável”, disse.
6. O que diz a SSP-SP?
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP) informou que o caso é investigado por meio de inquérito policial instaurado pela DDM da cidade.
De acordo com a pasta, a autoridade policial continua realizando diligências para identificar e prender todos os suspeitos envolvidos.
A SSP-SP disse que detalhes adicionais sobre a ocorrência serão preservados em razão da natureza do caso e por envolver menor de idade.
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