Câmara cobra ampliação da telefonia móvel na zona rural
Moradores da zona rural de Teresina reclamam que não conseguem falar ao telefone e se conectar à internet. Segundo eles, em algumas localidades simplesmente não existe sinal da telefonia móvel. Para tentar resolver o problema, a Câmara Municipal realizou nesta quarta-feira (26), uma audiência pública com a participação de autoridades, moradores da zona rural e representantes das operadoras. O vereador Aluísio Sampaio (PDT), propositor da audiência, cobrou mais investimentos para resolver o problema.
“A audiência é um apelo às autoridades responsáveis voltarem a atenção para essas comunidades carentes até mesmo de meios comunicacionais; de um serviço tão essencial, como o celular, para a população. É um questão de utilidade pública!”, afirmou o parlamentar, ressaltando que até mesmo para realizar utilizar serviços como Segurança e Saúde a população depende do telefone. “A situação é mais agravante quando se busca auxílio em situações de emergência, como SAMU, Corpo de Bombeiros, ocorrências policiais, pois a população simplesmente tem dificuldade por conta da falta do telefone móvel”, contou.
As empresas instituíram até 2015 como o ano de cobertura integral às áreas rurais e que, portanto, vários esforços estão sendo dispensados para a prestação de um serviço de telefonia de qualidade em todas as localidades, tanto urbanas quanto rurais. Durante a audiência, Carlos Braga, gerente na Anatel no Piauí, explicou que o órgão dispõe de um plano de oferta e que as obrigações das concessionárias são voltadas para a zona rural e urbana.
Segundo ele, no último edital de licitação lançado, a operadora Vivo foi a vencedora, que estipulou como meta até 2015, cobrir a área que corresponde até 30 quilômetros do centro urbano de todos os municípios brasileiros, alcançando, dessa forma, 91% da população rural. “É importante ressaltar que os serviços requerem investimento. A gente coloca as obrigações, mas é necessário também que haja uma parceria entre as prefeituras e operadoras”, frisou.
Robervaldo da Silva, representante da Operadora Vivo, reforçou que a cobertura das áreas mais afastadas será integral até 2015. “A gente pede que a população acredite, pois vai ser implantado”, enfatizou. Já o representante da Claro, Paulo Queiroz, disse que a apesar da prioridade de expansão ser a zona urbana, a área rural não estará excluída. “Porém, é importante ressaltar que o poder público tem que ajudar, por exemplo, com projetos que desonerem a carga tributária das operadoras, para que elas possam investir nas comunidades rurais. Um projeto desse já foi colocado no Ceará”, defendeu.
O vereador Aluísio Sampaio cobrou a antecipação da meta das operadoras mostrando a importância das comunidades para o desenvolvimento da região. E destacou: “O que ficou explanado aqui é que a meta é 2015, mas não impede que seja antecipado”.
Os investimentos que as concessionárias têm feito no Piauí foram apresentados pelos representantes das operadoras. Sérgio Moreira, Relações Institucionais da Tim, argumentou que a meta é melhorar a capacidade da rede em todas as comunidades. Entretanto, ele aponta dificuldades. “Aqui em Teresina enfrentamos uma dificuldade muito grande que é o licenciamento de instalação de antenas, o que dificulta a abrangência de nossos serviços”, comentou.
Lourival Bispo, líder comunitário da Cerâmica Cil, informou que somente na comunidade são cerca de 7 mil pessoas prejudicadas, com a falta do serviço de telefonia. “Exigimos a telefonia celular. Necessitamos urgente. A publicidade das operadoras na mídia é muito bonita, mas não passa disso”, reivindicou. A situação é semelhante no Povoado Santa Tereza. “Vai demorar bastante a chegada de um sinal de celular para a nossa comunidade. É inadmissível isso. Vamos continuar com os mesmos problemas. Vamos continuar a viver no século XV, em pleno século XXI”, reclamou Marília Feitosa, representante da comunidade.
Fonte: Cidade Verde